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O Poder do Amor Incondicional – com base em Dr. David Hawkins

O Amor Incondicional é a expressão da bondade, generosidade e misericórdia. Aquele que vive esta Graça de quase nada mais precisa, pois o próprio amor preenche qualquer vazio e necessidades ilusórias que buscam a felicidade fora.

Quando o amor se torna mais e mais incondicional, alcança um estado de pureza, alegria constante e discernimento preciso. Se poucas pessoas alcançam o nível de consciência de Razão e Amor, no nível de Amor Incondicional encontramos apenas 0,4% da população.

E o que é o nível do Amor Incondicional?

É o nível das curas físicas e emocionais, tais como os vícios.

A maior parte dos integrantes de boa parte dos grupos do AA chegam a este nível de consciência, por exemplo, onde cada participante busca amar o próximo de maneira incondicional e aceitar suas falhas de caráter em prol de suas curas.

Temos também grandes líderes conhecidos que alcançaram este estado de grande alegria interior:

Na política podemos encontrar:

  • Nelson Mandela 
  • Abraham Lincoln,

Como representantes espirituais alguns exemplos como:

  • A maioria dos Papas,
  • Dalai Lama,
  • Padre Pio,
  • Chico Xavier,
  • Chuang Tzu e
  • Paramahansa Yogananda

Na música popular Louis Armstrong, e na arte clássica artistas como Mozart e Michelangelo

Seres que buscam a beleza e o amor como prioridade acima de qualquer detalhe.

Como alcançar o nível do amor incondicional

Para se alcançar o nível de amor incondicional, o ser amoroso, que ama cada vez mais aqueles ao seu redor, deve se tornar amorosidade, ou seja, Ser amor independente de intervenções sociais.

Descobre-se que não é necessário ter alguém para amar se for possível sentir amor a todo momento.

Então amar os outros é apenas uma consequência de Ser amor. Quando se é amor, ama-se não somente outros, mas ama-se cada vez mais:

  • a si mesmo,
  • às situações,
  • às consciências negativas como:

Sabe-se que essas emoções são apenas impulsos animais naturais.

Ama-se incondicionalmente a tudo, sabendo que tudo é igualmente santo e sagrado perante o Todo. O amor a Deus se sobressai e se torna o princípio primário e indubitável.

‘Amai a Deus sobre todas as coisas’ e ‘amai o próximo como a ti mesmo’ é experiencial e natural na grande maioria dos – se não quase todos – momentos e situações.

Definindo o Ser

Simples bondade consigo mesmo e com tudo o que vive a todo momento, sem exceções, define o Ser em amor incondicional.

A alegria e radiância a cada situação vivenciada aumenta a todo momento para aquele que experimenta este nível e busca sua evolução constante.

O alinhamento da vontade pessoal à Vontade Divina se torna cada vez mais afinada e a simplicidade toma conta a cada dia, enquanto o potencial de realização se torna absurdamente poderoso.

Sutilezas desse estado

A busca pelo reconhecimento se torna cada vez mais sutil e na maior parte do tempo não se manifesta.

Tudo que é feito é entregue ao Divino.

Não há mais necessidades de louvores ou saudações, mas quando vêm são recebidas com gratidão e novamente rendidos seus méritos à Vida.

Expectativas são quase inexistentes e, ao mesmo tempo, tudo que é colocada uma intenção pura, tende a se manifestar de forma espontânea, simples, rápida, fácil e de maneira não linear ou lógica.

Troca-se esforço por entrega e há o deleite por se descobrir esta Realidade experiencial.

Quebra-se a crença de que tudo que vem fácil merece desconfiança ou que todo trabalho tem que ser árduo ou difícil. Aceita-se com gratidão e alegria os presentes da vida.

Ao mesmo tempo que possa parecer uma inocência, e é, ela vem com enorme dose de discernimento e sabedoria para separar aquilo que é do ego, apego emocional, e aquilo que é Divino, intuitivo.

Vivencia-se o estado de devoção, onde toda a Graça é recebida e processada.

O trabalho é realizado em prol do Bem Maior. O estado de compaixão se sobressai e então é possível entender a dor e sofrimento de todos os seres e radiar sua alegria para que eles possam se curar de suas angústias, apegos e resistências. 

Este também é o estado dos homens santos e do êxtase em viver.

Neste estado a Presença do Ser potencializa a cura de doenças físicas e emocionais tanto de si mesmo como daqueles que a buscam com fé e determinação.

Curas de doenças crônicas, alergias, vícios, depressões, pânicos, entre outras são dissolvidas de maneira quase que inexplicável. Explicável apenas por quem vivencia e sabe.

Como experienciar o estado de Amor Incondicional

1. Gratidão

  • O Ser deve se ancorar em agradecer a todos os momentos, tanto aqueles que trazem avidez (senso de prazer, bom, agradável) quanto aos que trazem aversão (julgamento de desprazer, ruim, desagradável). 
  • Os elogios devem ser entregues ao Divino como agradecimento por ter sido um canal ou testemunha. 
  • Pessoas que falam o que precisamos ouvir ou nos criticam, podem ser vistas como vozes Divinas e não como fontes de culpa ou diminuição da autoestima.

2. Humor

  • As dramatizações do ego precisam ser recontextualizadas para comédia leve.
  • Ao invés de viver o drama da vida do ego, assistir a si mesmo em um stand up comedy inocente e de censura livre
  • Nada de enxergar sarcasmo ou sadismo da vida, tudo é divertido e animado como em um desenho animado inocente e divertido. 
  • Um leve sorriso humilde de pano de fundo deve se revelar no surgimento de adversidades e situações inesperadas.

3. Desapego

  • É preciso entregar as limitações do amor condicional à incondicionalidade. Isso requer render o amor como um apego positivo pessoal para que ele possa se tornar uma forma de estar no mundo e não como uma emoção separada. 
  • O amor deve se tornar uma expressão da essência pela qual o amoroso se torna amorosidade. 
  • O amor como um modo de existência não requer “outros” como objetos de realização ou expressão. É uma qualidade independente, sem sujeito, objeto, verbo, adjetivo e, portanto, não-linear e ilimitado.

4. Não-julgamento

  • Por auto-honestidade e exame interno, as limitações são reveladas, geralmente como julgamentos residuais ou como o impacto de experiências anteriores. 
  • Colocar intenção em alterar a dualidade de percepção de “bom” vs “mau” para “mais preferível” vs “menos preferível”. 
  • Abandonar a fé na validade de seus pensamento e ideias, os identificando como apenas imagens e palavras sem realidade atual.

5. Misericórdia

  • A chave do amor incondicional é a vontade de perdão para desfazer ressentimentos passados e a visão de pessoas como antipáticas e indignas de amor puro. 
  • Pela vontade de perdoar e render suas percepções, elas podem ser recontextualizadas como limitadas, menos preferíveis, ou influenciadas por programações do ego. 
  • Perdão decorre da humildade de entregar o mundo e seus eventos a Deus.

6. Discernimento

  • As dificuldades deste mundo parecem ser consequência de diferentes níveis de consciência juntos simultaneamente, o que resulta em turbulência social.
  • Ao mesmo tempo  que a disponibilidade de um espectro tão amplo permite a maior oportunidade de crescimento a partir do esgotamento do carma negativo e, por opção, o acúmulo de carma positivo, tornando este domínio o da oportunidade espiritual máxima com vasta multidão de opções para a evolução da consciência, sobre a qual se pode ser grato ao invés de ressentido

7. Rendição

A rendição diante de um obstáculo é um pedido para o Espírito Santo revelar um milagre e é atendido a partir da vontade de entregar seus posicionamentos de percepções parciais e seu ganho egoísta para a revelação da verdade.

Gloria in Excelsis Deo!

Este artigo faz parte de uma série de artigos que exploram os níveis de consciência humanos.

Abaixo a lista dos artigos sobre os níveis de consciência em ordem:

00. Entendendo os níveis de consciência

01. Como vencer a vergonha?

02. Culpa, para que serve?

03. Como se livrar da tristeza?

04. Enfrentando o medo.

05. O desejo é a fonte do sofrimento.

06. Como controlar a raiva.

07. Por que o orgulho pode nos Prejudicar?

08. Coragem é a base do sucesso.

09. A neutralidade nos ajudar a não sofrer.  

10. Disposição pode nos levar a resultados inimagináveis

11. Aceitação, o caminho do perdão.

12. Apenas 4% das pessoas utilizam a razão.

13. O poder do amor incondicional

14. A Paz e o processo de Iluminação

15. Como despertar a Iluminação Espiritual

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Aceitação: o Caminho do Perdão – com base em Dr. David Hawkins

A aceitação e o perdão são os alicerces da harmonia nos relacionamentos humanos. Aceitar o outro como ele é e realizar as mudanças em si é o início da sabedoria.

Aceitação é algo complexo em nossas vidas. Temos um péssimo hábito de enxergarmos os defeitos e problemas dos outros e comprarmos briga para mudá-los.

E na maior parte, não porque queremos o melhor para a outra pessoa, mas porque queremos provar a ela que estávamos certos ou porque as atitudes daquela pessoa nos incomoda.

E esquecemos que a base de um relacionamento saudável é o perdão.

A prova disso é nossa insistência em querer ver o outro mudando, mesmo que ele não queira ou veja necessidade, só porque as atitudes atuais dele são diferentes das nossas e nos traz incômodos ou angústias.

Querer impor ou insistir algo a alguém é violar o livre arbítrio da outra pessoa para favorecer nossas percepções e opiniões egóicas, o que é a contramão do que nós mesmos buscamos.

Todas as pessoas buscam reconhecimento e aceitação, o que não significa concordância, mas compreensão.

O nível de consciência de aceitação.

A pessoa que escolhe habitar neste nível de consciência, ou seja, a soma de suas intenções, pensamentos, falas e atitudes são, em sua maioria, coerentes com o princípio da aceitação, vivem em tranquilidade interna, que substitui as emoções perturbadoras e impulsivas.

Sentimos como se os eventos da vida estivessem fluindo constantemente.

Neste nível, entendemos que somos os responsáveis pelos eventos que se passam em nossa vida e que tudo que atraímos para nós é devido a nossos méritos e deméritos.

Conseguimos enxergar com mais clareza o ditado “a gente colhe o que planta”.

A partir desse estado do ser as percepções gerais mudam.

Há a percepção que a felicidade está dentro e não fora e nossa missão surge de nossa natureza interior, que parece espontânea e automática quando os bloqueios são removidos.

Trabalhos difíceis não trazem desânimo, mesmo que desconfortáveis. O julgamento diminui e o foco torna-se resolver o problema.

No âmbito dos relacionamentos emerge o perdão, e a pessoa neste nível de consciência usa esta ferramenta com cada vez mais sabedoria e intensidade:

  • Enxergamos as pessoas como fazendo o seu melhor dentro de suas limitações,
  • Em uma relação amorosa, pequenas imperfeições não são mais levadas tão a sério.

Há o desprendimento dos debates intermináveis do mundo sobre:

  • moralidade,
  • ética, judiciário,
  • política,
  • religião,
  • etnia e
  • posicionamentos sociais.

O erro é visto como necessidade de correção, aprendizado e compaixão ao invés de justificativa para punição.

Opiniões pessoais perdem sua tendência de dominar por pressão emocional pura e o discernimento sem emoção substitui julgamentalismo emocional. 

Entende-se que a sobrevivência não é garantida por ter medo ou odiar o relâmpago, mas por evitar seus locais prováveis de queda.

Como praticar a aceitação sem negligência?

Para aceitar não é necessário concordar e, tampouco, endossar um pensamento, opinião ou atitude.

Aceitar é trocar condenação por compreensão.

É se colocar no lugar do outro, inclusive em seu contexto histórico e atual, para saber que ele não poderia ser diferente. Afinal, se pudesse, ele já seria.

Aceitar também não significa passividade ou afastamento.

Tem ligação com o desapego. É possível ser firme e severo com outra pessoa, por saber que é o certo a se fazer naquele momento, mas sem criar expectativas ou esperar que a pessoa mude.

O desapego não é sobre a pessoa, mas sobre suas próprias expectativas e opiniões. Ser diferente, não significa estar errado ou certo, pois diversidade não se opõe à igualdade.

Outra confusão gerada, nesta mesma linha, é que aceitar é não intervir.

Na verdade, a aceitação surge da capacidade de entender o que pode e não pode ser mudado sem causar mal ao outro.

  • O que puder ser mudado, deve ser realizado com coragem e dedicação.
  • O que não pode ser mudado, devemos invocar a serenidade para aceitar como é e estarmos dispostos a agir assim que a permissão, da outra pessoa ou da situação, seja concedida.

Como reconhecer essas situações?

O maior desafio é ter discernimento para diferenciar as duas situações.

Para isso, podemos trabalhar um conceito prático contido no livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, do filósofo e consultor Stephen R. Covey:

Diminuir nossa zona de preocupação e aumentar nossas atividades em nossa zona de influência. Preocupação vem de se pré-ocupar, ou seja, ocupar-se antecipadamente, fora do ritmo, em vão. Influência vem do latim INFLUERE que significa dentro (in) do fluxo (fluere).

Quando estamos no ritmo natural da vida, não precisamos nos esforçar ou forçar ninguém a nos acompanhar, simplesmente, vamos acompanhando cada momento e interagindo de maneira sábia.

Quando focamos em influenciar as pessoas, passamos de um ato de manipular ou ameaçar – mesmo que de forma sutil, indireta ou em tons de sarcasmo – para uma qualidade de convidar.

Convidar é um derivado do latim INVITARE que significa querer (vitare) juntos (in derivado de con), ou seja, buscar interagir com pessoas que queiram trilhar caminhos semelhantes aos seus e aceitar aqueles que pedirem para te acompanhar verdadeiramente.

E, qual a melhor forma de praticar a aceitação?

A melhor forma de praticar a aceitação é através do perdão.

Em minhas palestras na Pandora Treinamentos costumo indicar a Tríade do Perdão: um exercício de manter a imagem da situação que traz angústia, mágoas ou raiva em mente, sem ficar criando diálogos internos, e:

Pedir perdão às pessoas envolvidas

Pode ser uma pessoa diretamente afetada, assim como uma provocação ou descuido seu que tenha gerado uma ofensa, que foi o gatilho do desconforto ou até mesmo outras pessoas que tenham se prejudicado ou se magoado com a situação

Perdoar o outro

Tanto a pessoa que tenha te causado mal quanto à situação em si

Perdoar-se

Aceitar sua limitação daquele momento, perdoar por ter guardado rancor por tanto tempo, por não ter enxergado outras alternativas

Esta limpeza interna, se feita verdadeiramente e com intensidade, será seguida de um profundo alívio e paz interior.

Quanto mais exercermos essa prática em nosso dia a dia, com situações profundas ou corriqueiras, primeiramente de modo formal como apresentado acima, até que se torne fluído e natural, estaremos nos conectando com a consciência da aceitação e atraindo cada vez mais pessoas e situações de abundância em nossa vida.

Convido você a manter-se constantemente evoluindo e se conhecendo.

Se quiser conhecer o trabalho de mentoria, é possível agendar uma sessão online e gratuita de mentoria sobre autoconhecimento e autodomínio ou ainda acessar meu instagram onde deixo várias dicas e orientações para começar agora seu processo de autoconhecimento.

Gratidão e boas práticas!

Este artigo faz parte de uma série de artigos que exploram os níveis de consciência humanos.

Abaixo a lista dos artigos sobre os níveis de consciência em ordem:

00.Entendendo os níveis de consciência

01. Como vencer a vergonha?

02. Culpa, para que serve?

03. Como se livrar da tristeza?

04. Enfrentando o medo.

05. O desejo é a fonte do sofrimento.

06. Como controlar a raiva.

07. Por que o orgulho nos prejudica?

08. Coragem é a base para o sucesso.

09. A neutralidade nos ajuda a não sofrer.

10. Disposição pode nos levar a resultados inimagináveis.

11. Aceitação, o caminho do perdão.

12. Apenas 4% das pessoas utilizam a razão.

13. O que é amor verdadeiro?

14. A Paz e o processo de Iluminação

15. Como despertar a Iluminação Espiritual

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Culpa: para que serve? – com base em Dr. David Hawkins

A culpa é tão comum em nossas vidas que nem a percebemos mais, mas ela está presente em quase todos os aspectos de nosso dia a dia.

Você já percebeu como a culpa está presente em nosso cotidiano? Quantas culpas temos instituidas em nosso dia a dia? Caso não, te convido a perceber.

Sentimos culpa em vários momentos por estarmos fazendo alguma coisa e não outra.

Por exemplo: estamos fazendo uma atividade de casa e nos culpamos por não estarmos fazendo uma tarefa do trabalho.

E, quando passamos a fazer essa tarefa, começamos a nos culpar por não termos tempo de estar com a família ou dar atenção para os filhos ou cônjuge.

Aí damos atenção a eles e nos sentimos culpados por não estarmos descansando.

Sentimos culpa em diversas situações.

A culpa também aparece depois:

  • de falarmos algo em hora errada,
  • por errarmos
  • de algo que não saiu do jeito que queríamos,
  • por estarmos em algum lugar quando “deveríamos” estar em outro,
  • de termos magoado alguém.

Além disso, a culpa surge também como negação da responsabilidade e projeção da culpa no externo, que pode gerar até mesmo sensações de:

  • ódio,
  • vingança e
  • ranger dos dentes.

E isso pode levar a culpar o outro por sua infelicidade, por acreditar que:

  • algo saiu diferente do que você queria,
  • por essa pessoa ser diferente,
  • porque não conseguir controlar as ações dela,
  • por ter estragado algo,
  • ou por outra qualquer coisa.

A culpa se transforma rapidamente em ódio vingativo.

Na história de nossa sociedade, vimos diversos políticos tiranos absolutistas cometerem atrocidades e dizimarem nações e culturas por projetarem nos outros a culpa por suas infelicidades ou por não conseguirem o que querem.

E o que é a culpa?

A culpa é um mecanismo de defesa do nosso ego que não leva em consideração a curva de aprendizagem, onde tudo acontece por um motivo para que estejamos em constante evolução.

Se passamos por uma situação é porque precisamos passar, caso contrário não passaríamos. Essa é a Realidade.

Aceitar a realidade sem cair em culpa é um desafio.

Para isso, é importante buscar trocar o sentimento de culpa interna ou externa por responsabilidade pessoal própria e intransferível.

Tudo que acontece com você é sua responsabilidade, pois suas decisões te levaram até ali e suas necessidades de aprendizado inconscientes atraem as situações pelas quais você passa.

Portanto, é necessário trocar culpa por responsabilidade de aceitar, aprender e mudar quando possível.

Gosto muito de uma frase do teólogo Reinhold Niebuhr que ajuda bastante no processo de transcendência da culpa:

“Que eu tenha serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre as duas.”

A culpa apenas nos faz sentir negativos diante das situações e gastar energia com aquilo que não podemos mudar, que é o passado, acreditando que ele prejudicou seu presente e seu futuro.

Mas isso é uma ausência de Realidade, logo, falsidade. Pois tudo está suscetível à mudança a todo momento, assim como a alegria e felicidade de cada um de nós.

Pois bem, essa é uma questão de decisão. Largar mão do negativo e deixar de lado as resistências ao positivo.

E o que fazer com os erros que cometemos?

Decisões passadas foram tomadas com base no limite de consciência daquele momento passado.

Enxergamos hoje como uma escolha ruim porque evoluímos. Caso contrário, enxergaríamos como uma boa escolha ou nem a perceberíamos, por ser uma escolha normal.

Então, entender, honrar e respeitar suas limitações passadas faz com que o erro deixe de ser prejudicial.

De inútil, o erro se transforma em algo benéfico e útil: aprendizado. Ao invés de sofrer, podemos agradecer por perceber os erros e ter a oportunidade de superá-los.

E, com isso, a alegria súbita surge. Pois, ao aprendermos algo e pararmos de resistir às situações como aconteceram, a angústia é trocada por alívio.

E então, para que ela serve?

A resposta mais certeira é: para nada.

No estado adulto a culpa se torna obsoleta. Ela é um recurso necessário apenas na fase de desenvolvimento do ser humano.

Assim, a partir da culpa, a criança em formação pode discernir o certo do errado e a moralidade da imoralidade, adquirindo responsabilidade sobre seus atos ou ausência de atos.

Quando já temos isso definido em nosso sistema, na limitação de nossos níveis de consciência e percepções de cada momento, a culpa se torna obsoleta e pode ser substituída completamente por aprendizagem súbita e radical.

Errou? Aprenda e pronto! Só isso.

Se sentir que é necessário, peça perdão se perceber que alguém se feriu, com verdade e compaixão.

E siga em frente dando o seu melhor, com gratidão pela oportunidade de uma evolução de consciência.

Observação: o segredo para superar a culpa.

Para vencer a culpa é necessário observar.

Observar profundamente como nossos sentimentos constroem padrões que protegem nossos prazeres de curto prazo e nos defendem dos desprazeres sensoriais, evitando nossa evolução.

E como esses sentimentos argumentam sobre o que está “certo” ou “errado” através de pensamentos sedutores.

Então, esses pensamentos sedutores nos convencem de que nossa visão de mundo é a correta.

O pensamento se torna ação, depois hábito. Forma nosso caráter e, por fim, manifesta-se nos resultados que alcançamos ou não alcançamos em nossas vidas.

Mas como assim? O que significa observar?

Observar é perceber os sentimentos, as sensações e os pensamentos como eles são e se manifestam.

E é por isso que, a partir daí, podemos perceber que esses impulsos são apenas sugestões da mente.

Mais do que isso, percebemos que nós não somos os nossos impulsos, mas o observador por trás deles.

Assim como o silêncio permite a música, como o espaço permite a matéria, o observador permite o pensamento.

Observação não é:

  • analise,
  • crítica,
  • reflexão,
  • julgamentalismo,
  • posicionalidade,
  • resistência ao que surge,
  • querer mudar o que surge,
  • querer entender os porquês.


Nada disso! Observação é puro entendimento e compreensão silenciosos. Sem qualquer ruído ou barulho que nos desfoque da profundidade daquilo que é real.

É aceitação e é desapego.

Essa aceitação com o que se foi e o desapego no controle do resultado, se permitindo ser quem é em um estilo de vida onde você dá o seu melhor em todos os momentos, é Amor.

E Amor cura a culpa.

Este artigo faz parte de uma série de artigos que exploram os níveis de consciência humanos.

Abaixo a lista dos artigos sobre os níveis de consciência em ordem:

00. Entendendo os níveis de consciência

01. Como vencer a vergonha?

02. Culpa, para que serve?

03. Como se livrar da tristeza?

04. Enfrentando o medo.

05. O desejo é a fonte do sofrimento.

06. Como controlar a raiva

07. Por que o orgulho pode nos Prejudicar

08. Coragem é a base do sucesso

09. A neutralidade nos ajuda a não sofrer

10. Disposição pode nos levar a resultados inimagináveis

11. Aceitação, o caminho do perdão.

12. Apenas 4% das pessoas utilizam a razão.

13. O que é amor verdadeiro?

14. A Paz e o processo de Iluminação

15. Como despertar a Iluminação Espiritual

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Vergonha, é possível vencê-la? – com base em Dr. David Hawkins

A vergonha é um dos maiores bloqueios do ser humano para enfrentar problemas e se desenvolver

Essa emoção está tão presente em nosso dia a dia que muitas vezes nem a percebemos. Sentimos vergonha:

  • por um elogio,
  • em ter feito algo sem querer que saia dos padrões aceitáveis da sociedade (deixar comida cair, babar ao rir, arrotar entre a fala, etc),
  • vergonha por estar com uma espinha no rosto,
  • da nossa gordurinha localizada,
  • de nossa família,
  • de nós mesmos,
  • vergonha “alheia” (pelo que o outro fez),
  • vergonha de assumir nossas decisões,
  • de voltar atrás em uma decisão,
  • de nossos pensamentos bizarros que achamos que só nós temos,
  • vergonha de sentir vergonha.

Afinal, por que sentimos tanta vergonha?

Para entender isso, precisamos beber da fonte da vergonha, que é a resistência à Realidade. A vergonha é o medo de:

  • não ser aceito pelos outros,
  • errar,
  • se expor ao ridículo,
  • falhar,
  • decepcionar os outros,
  • não atender às expectativas dos outros ou de si.

Ou seja, são medos das projeções e cobranças sociais e culturais.

Historicamente, vergonha era acompanhada de banimento. Um pária da sociedade era banido de seu grupo ou bando e fadado a viver em isolamento como castigo por ser diferente.

Antigamente, os grupos de humanos eram mais restritos, mais desconfiados de estranhos e a violência era liberada por ausência de autoridades.

Por isso, ser banido era sinônimo de quase morte. Era apenas uma questão de tempo até ficar sem recursos ou ser atacado por um animal faminto ou um bárbaro.

Consequentemente, esse trauma ficou registrado no inconsciente da sociedade e, hoje, a vergonha continua como um dos sentimentos mais inaceitáveis que se pode ter.

É um sentimento que traz tanta ausência de energia que é considerado o mais próximo da morte pelo Dr. David R. Hawkins, Ph.D., M.D. americano, autor do livro best-seller Power vs Force.

Dr. Hawkins afirma que a vergonha é utilizada como uma ferramenta de crueldade na sociedade, através de acusações e projeções de culpa pelos atos de uma pessoa no passado.

Isso se manifesta através de afirmações como: “você não tem vergonha?”, “eu sinto vergonha de você”, “você deveria se envergonhar”, “você é uma vergonha para a sociedade”.

Qualquer atitude que saia dos padrões de crenças de uma pessoa é considerada inaceitável, condenável e, logo, digna de vergonha.

Para entender como vencer a vergonha é necessário primeiro entender alguns pontos:

1. Vergonha é atrelada às crenças

Todos os seres humanos possuem sistemas de crenças próprios ou coletivos. Esses sistemas não são a Realidade, mas pontos de vistas julgamentalistas e emocionais sobre ela.

São opiniões e posicionalidades diferentes e distantes do que realmente É ou Foi. São retratos da realidade extraídos de um ângulo que não considera e percebe os outros ângulos.

Como em uma Polaroid, a foto esmaece e perde sua nitidez. Dessa forma, qualquer vergonha não é a Realidade, mas uma mera percepção sobre ela e a vontade de controlar como a realidade “deveria ser” ou “deveria ter sido”.

2. Vergonha é resistência à Realidade

Com isso, percebemos que a realidade acontece e, quando acontece, resistimos à ela por querer que ela “tivesse sido” diferente.

E isso é distanciamento da realidade. Afinal, a realidade é como se manifesta e não tem como ser diferente, caso contrário já seria diferente, obviamente.

Portanto, resistir à realidade traz sofrimento. Quanto maior o grau de resistência, maior o sofrimento. E o grau máximo de resistência à realidade leva o nome de vergonha.

Em suma, a vergonha é um estado onde gostaríamos de sumir, de virar um avestruz e esconder nossas cabeças na terra ou até mesmo preferir “morrer” ao invés de encarar aquela situação.

3. Vergonha é uma mentira bem contada

Se vergonha é resistência à realidade, mas acreditamos nela, significa que esse sentimento vem acompanhado de diversas justificativas argumentativas que nos convencem que devemos acreditar na vergonha e nos sentir envergonhados.

Essas justificativas são falsas, pois elas negam a realidade. Logo, o que nega a realidade é falsidade, é irrealidade, é ilusão.

Como, então, fazemos para vencer essa emoção?

Devemos aceitar a realidade como ela se manifesta ou se manifestou, sem resistência e, se possível, com gratidão.

Afinal, essa realidade é uma oportunidade de aprendizado para fazermos diferente da próxima vez. Todos os seres humanos erram. E o erro é a forma de acertarmos e nos corrigirmos. Isso é evolução.

O caminho é aprender com os erros e ser grato a eles. Quando aceitamos a realidade, partimos do princípio de humildade em reconhecer que as coisas não são como queremos que sejam, pois não temos o controle de tudo ao nosso redor.

Portanto, quando entendemos esse princípio, passamos a ver a vida com maior Graça. Com humor. E no humor não há vergonha. Ela é chata. Humor é divertido.

Mas o que significa aceitar a realidade?

Aceitar a realidade é entender que tudo ao nosso redor convergiu para que aquela determinada situação ocorresse por algum motivo, às vezes não entendida a partir das nossas percepções limitadas dos cinco sentidos e da interpretação da mente.

Partindo do principio de que “se aconteceu é porque tinha que ter acontecido”, nos livramos do peso do erro intencional ou por incapacidade.

Só nos vemos capazes de fazer diferente agora porque já experienciamos aquela situação. Seria impossível fazer diferente antes, porque senão teríamos feito. Aí está a Evolução.

Isso implica em, aprender com o erro e se permitir entender as coisas de maneira mais ampla, sem se culpar pelo passado.

Se negamos a realidade caímos em vergonha e, presos nesse sentimento denso, nada acontece. Não há aprendizado.

Então, a experiência perde sua essência e um acontecimento semelhante terá de surgir novamente. Só assim será possível despertar o nosso potencial de aprendizado que foi negligenciado na experiência anterior por não termos aprendido com o “erro”.

Assim, nos escravizamos em um círculo vicioso de sermos sempre vítimas de nossas próprias escolhas ou ausências de escolhas.

Para vencer a vergonha é necessário querer abrir mão do prazer de ser vítima. Pois a vítima tem o benefício de receber atenção daqueles que sentem dó. E receber esse amparo e carinho é agradável para o nosso ego narcisista.

Logo, ficar envergonhado e se colocar no papel de vítima tem suas recompensas: o de se tornar o centro das atenções.

Esse prazer oculto do ego precisa ser rendido e entregue, entendendo que essa atenção recebida temporariamente só faz com que nos mantenhamos no estado de vergonha até um próximo ciclo.

Ou seja, um minúsculo prazer de curto prazo que traz sofrimento no curto, médio e longo prazo e não vale a pena no contexto evolutivo.

10 passos práticos para vencer a vergonha

Na prática, assim que essa emoção surge, devemos:

  1. Separar o fato de como acreditamos que deveria ter ocorrido (nossa expectativa).
  2. Identificar o sentimento de vergonha e suas falsas justificativas e emocionalidades que tentarão te convencer que se envergonhar é o correto.
  3. Aceitar a realidade como ela É Agora.
  4. Render os prazeres de (a) se envolver com seus julgamentalismos e certezas mentais e (b) buscar atenção e afeto externo através de dó ou autopiedade.
  5. Não ser tirano consigo mesmo e “se dar bronca” por sentir vergonha, mas entender que é apenas uma natureza do ego humano e aceitar também essa natureza, sendo gentil com você mesmo. Se não, pode surgir a vergonha por sentir vergonha.
  6. Continuar observando os jogos falaciosos do ego (seu próprio e dos outros) até sair do turbilhão.
  7. Refletir sobre os aprendizados obtidos com a situação e agradecer pela oportunidade de perceber o absurdo de querer rejeitar a realidade, transformando a falsa percepção em aceitação verdadeira.
  8. Se for possível e sentir necessário, corrija o percurso através do autoperdão, perdoando ou pedindo perdão aos envolvidos e se disponha a reparar os danos ou mudar os acontecimentos.
  9. Se essa opção não for possível, apenas realize o processo de perdão acima mentalmente e continue rendendo os sentimentos de vergonha que irão surgir (e tentar te seduzir) até que a situação se acalme ou passe.
  10. Aceite a si e à Realidade como São, em todos os momentos, sem exceções, dando o seu melhor para evoluir o suficiente a cada dia alinhado aos princípios de moralidade.

Consequências positivas

Treinamentos e Mentorias sobre perdão, empatia, espiritualidade ou autoconhecimento também podem ajudar a entendermos e nos aprofundarmos em nossa natureza. Como consequência positiva, podemos nos aceitar cada dia mais para nos tornarmos pessoas e seres melhores.

Boas práticas.

Acompanhe esta série de artigos do Dr. David Hawkins listados abaixo em ordem crescente:

00. Entendendo os níveis de consciência

01. Como vencer a vergonha?

02. Culpa, para que serve?

03. Como se livrar da tristeza?

04. Enfrentando o medo.

05. O desejo é a fonte do sofrimento.

06. Como controlar a raiva.

07. Por que o orgulho pode nos Prejudicar

08. Coragem é a base do sucesso

09. A neutralidade nos ajuda a não sofrer

10. Disposição pode nos levar a resultados inimagináveis

11. Aceitação, o caminho do perdão.

12. Apenas 4% das pessoas utilizam a razão.

13. O que é amor verdadeiro?

14. A Paz e o processo de Iluminação

15. Como despertar a Iluminação Espiritual