Ouvimos muito se falar de amor. Porém amor não é paixão e tampouco posse ou sofrimento. O amor verdadeiro é pureza, alegria e serenidade. Mas não é euforia e melancolia. O amor liberta. Aquilo que prende não pode ser considerado amor.
A pessoa no nível de consciência de amor entende que amor verdadeiro não se divide ou se subtrai.
Não tem como o amor por uma pessoa diminuir o amor pela outra. Ou perder amor por se estar longe.
Amor multiplica e soma. Quanto mais se ama, mais se é possível amar e mais se é amado.
Conecta-se à bondade como estilo de vida e não para ser reconhecido por atos pseudo-benevolentes ou de autossacrifício.
Consciência do Amor
A consciência do amor é a cura para os males do mundo.
A partir dela, o salto da fé transcende a ciência e tudo aquilo que é linear e lógico.
O amor não é uma emoção, e também não é razão, é um estado de Ser que está além do palpável e descritivo. É subjetivo, porém radicalmente autoevidente.
Amor é:
- cura e também é fé,
- presença e observação,
- não-julgamento e não-resistência,
- desapego e aceitação,
- humildade e não-possuir,
- bondade e generosidade,
- perdão e misericórdia,
Amor é ainda
Ao mesmo tempo é gentil quando tem que ser e firme quando necessário. Amor complementa as energias ausentes no ambiente para que prevaleça o equilíbrio e harmonia. Isso é inverso de egoísmo.
É simplicidade, não de pobreza, de ausência, de escassez que vem do conceito material, mas de riqueza, de presença, de abundância advindo do espiritual.
O amor preenche o vazio que busca resultados, coisas e pessoas fora de si.
Não é mais necessário mostrar aos outros ou ser reconhecido. Amor convive pela vontade de compartilhar sua alegria e não pela necessidade de suprir sua carência.
Em amor, uma pessoa sabe, por experiência própria e indubitável, que em atos simples como o de virar um besouro que está de ponta cabeça para voltar a andar em graça, o universo inteiro reconhece e responde.
O retorno de uma ação benevolente vem por outras vias não-lineares.
Amor não tem ausência. Ausência é justamente falta de amor.
Em amor, nada falta, tudo que é necessário, nada mais e nada menos, se manifesta e acontece na sincronia perfeita do tempo exato.
Amor é simples. Não tem segredos. Porém, por sermos complexos, acabamos resistindo a esta Verdade. E então sofremos.
Para entender o que é amor, é necessário transcender a razão.
O que não é amor verdadeiro
Amor verdadeiro não é condicional. Condicionalidade é negociação, troca, paixão ou posse.
Paixão do latim significa sofrimento e posse vem do sânscrito dominar. Sofrimento e dominação não são amor, mas sim sua ausência.
Negociação e troca são conceitos usuais para o ser humano e devem ser cumpridos quando ambas as partes estão em acordo. Serão ainda mais poderosos se forem cumpridos com honra.
Honra é cumprir os acordos feitos entre si e o(s) outro(s) por amor. Honra é um aspecto do amor. Cumprir um acordo com irritação e indignação ou má-vontade, não é amor.
Amor verdadeiro também não é
Amor verdadeiro não é esperar que o outro mude. Isso é expectativa e expectativa gera frustração. E frustração não é amor, mas sim sua ausência. Amor é aceitar o outro como ele é sem esperar que ele mude. Amor é convidar e dar o seu melhor por aquele que quer mudar, sem criar expectativas que ele mude. Se for para ele mudar ele vai, se não, não vai, e isso não cabe a você.
Amor verdadeiro não é condescendência ou subserviência. Não é concordar ou patrocinar ações estúpidas ou destrutivas. Não é também ser bonzinho demais. Amor é severo e firme quando necessário, por amor e não por controle. Mas na maior parte do tempo é compreensivo e altruísta, generoso e gentil.
Amor verdadeiro não é ser meloso, grudento ou precisar ficar perto o tempo todo. Isso é baixa autoestima, carência, medo. Também é liberdade e preferência pela companhia, sem necessidade intrínseca, sem pressão no outro.
Amor também não é sempre falar sim, mas também saber falar não sem dó. Dó não é amor. Dó é tristeza por achar que alguém deveria ter mais do que tem. E se essa pessoa não tem mais do que tem é porque não é para ter.
O amor pode convidar essa pessoa a enxergar as possibilidades de trocar o ter pelo ser, e quando se é, se tem. Já o dó acredita que o outro não é capaz e supre a ilusão de vítima. Ninguém é vítima. Quem acredita que é vítima não pode conhecer o amor. E sempre será vítima.
Quando descolar desse papel, dessa máscara que se auto impôs por acreditar em falsas afirmações externas ou internas, essa pessoa conhecerá o que é o amor e, só então, entenderá que no amor não há espaço para vitimismo.
Aspectos do amor verdadeiro
O amor se engrandece na beleza. A busca de encontrar o belo por trás daquilo que julgamos erroneamente como feio, desequilibrado, incompleto, errado, problemático.
É preciso entender que a beleza é implícita a tudo que existe como é agora e não como virá a ser. Quando vir a ser, será uma beleza diferente porém igualmente perfeita.
Amor é a capacidade de entender que as coisas não partem da imperfeição para a perfeição e retornam para a imperfeição.
Uma semente é uma semente perfeita, que se torna um ramo perfeito, que vira um botão perfeito, que se transforma em uma rosa perfeita, e então em um flor murcha perfeita e um vegetal morto perfeito.
Tudo é perfeito na criação e evolução.
Gratidão
Outra característica importante do amor é a gratidão.
Gratidão é um estado interno de Ser que identifica que tudo que temos e atraímos para nós é pró-evolução.
Se julgamos como bom, agradecemos por termos aquela oportunidade meritória, se julgamos como ruim, agradecemos por podermos aprender e nos fortalecermos com mais uma experiência.
Humor
O humor também é uma fase do amor.
Onde o externo não tem mais poder de abalar o humor interno. Apenas si mesmo pode mudar o seu humor.
O bom-humor está sempre presente seja em uma “discussão” necessária ou em uma apreciação em conjunto. O humor prevalece inabalado. Ainda não é permanente, mas se sobressai mais de 90% do tempo.
Felicidade
Amor também é sinônimo de felicidade. Quanto mais se ama e mais se mantém em amor, mais se é feliz.
Os estágios de amor mantém-se de 89% a 93% em estado de felicidade e serenidade no dia a dia. O que não significa inatividade ou condescendência, mas sim atividade alegre e determinação tranquila.
Felicidade é ausência de:
- ansiedade,
- angústia,
- expectativa,
- frustração,
- irritação,
- indignação,
- inquietude,
- rebeldia,
- raiva,
- tristeza,
- medo,
- insegurança,
- inveja,
- ciúme,
- arrogância,
- vaidade,
- cobiça,
- gula,
- etc etc etc.
Autenticidade
O amor também pode ser visto como autenticidade. Autenticidade não é personalidade. Personalidade vem do latim persona que significa máscara.
Personalidade é uma máscara utilizada para ser aceito em círculos sociais, adaptando seu comportamento ao dos outros para que sua sobrevivência emocional seja atendida.
Autenticidade é ser quem é na essência sem a intenção de defender opiniões, ir contra ou adotar a crença dos outros. para se sentir reconhecido.
Amor verdadeiro é entender experiencialmente que o que é, É. Se fosse para ser diferente, seria.
Fortalecendo o amor verdadeiro
Para entendermos e compreendermos o que realmente é amor, é necessário experienciarmos. E, para experienciar, é importante trocar condenação por compreensão.
Para trocar condenação por compreensão é necessário ter contato com o conhecimento e transformá-lo em sabedoria.
Para adquirir sabedoria é preciso praticar. Praticando, experienciamos.
Abaixo seguem sete práticas para fortalecer o amor e enfraquecer a posse:
1. Ame a forma
- Faça práticas de autoaceitação no domínio da forma física
- Olhe seu rosto no espelho e encontre a beleza por trás do que a sociedade aponta como imperfeição
- Trate bem o seu corpo com alimentação na quantidade certa para aquele momento
- Descanse e durma bem
- Cheque sua saúde constantemente
2. Ame os prazeres
- Aproveite os momentos de prazer diminuindo euforia, algazarra, excessos e impulsos destrutivos como os causados pela inconsciência no consumo de bebidas, drogas ou outros entorpecentes
- Não omita seus prazeres, mas também não os mime
- Escassez e excesso são indicadores de ausência de amor
- Equilíbrio e harmonia é amor
- Divirta-se sem se prejudicar ou prejudicar os outros
3. Ame o trabalho
- Fazer é obrigação quando não há amor envolvido
- Faça o que você decidiu fazer com amor. Com vontade. Dando o seu melhor
- Se for fazer sem amor, melhor não fazer ou começar a buscar outras opções de trabalho ou atividades
- Se o amor se desconectou da atividade, é melhor repensar
- Porém, até que a mudança aconteça, se reconecte ao amor de dar o seu melhor como estilo de vida e não atrelado a algo ou alguém
4. Ame o próximo
- Busque aprofundar suas conexões pelos outros sem esperar nada em troca
- Faça surpresas, dê presentes, ofereça ajuda sem esperar que o outro aceite
- Sirva de maneira altruísta
- Se não souber o que fazer, não faça, ouça, escute, emane cura e amor àquela pessoa necessitada
- Troque dó por amor verdadeiro e convidativo, sem imposição ou coerção
5. Ame a si mesmo
- Busque florescer sua autenticidade
- Se desconecte das máscaras sociais que têm adotado para se manter conectado com pessoas que não te aceitam do jeito que você é
- Liberte-se internamente e a liberdade externa florescerá
- Escute mais do que fala. Fale quando necessário
- Não imponha ao outro e não exponha o outro
- Concentre-se em assumir e corrigir seus defeitos de caráter se aceitando perfeito do jeito que É
6. Ame a vida
- Busque se desapegar de seus conceitos, posicionamentos e julgamentos mentais
- Abra mão de estar certo e escolha ser feliz
- Deixe o mundo pensar como quiser
- Aprecie e contemple o poder da vida e a beleza da morte
- O antigo que abre espaço para o novo
- A criação e evolução constante
- Deixe de lado suas crenças e busque a Verdade maior sobre a menor que você enxerga agora
- Faça da Verdade sua amiga e sua professora e não a enxergue como inimiga ou dedo-dura
7. Ame o Divino
- ‘Amai a Deus sobre todas as coisas’ não é o primeiro mandamento da bíblia a toa
- Independente de qualquer religião ou dogma, ame algo maior que você mesmo
- Ame a criação
- Sirva o Universo ou o Cosmos, ou como preferir chamar
- Desperte a união de si mesmo com o Todo
- Seja misericordioso consigo e com os outros, porque ‘eles não sabem o que fazem’, como Jesus disse
- Busque enxergar, aceitar e consertar suas falhas de caráter, pois ‘a ignorância é o único pecado’, como proferiu Buda
- ‘Os atributos Divinos conduzem à libertação pelo autoconhecimento’, afirmou Krishna
- Aceite que é ignorante sobre a sabedoria universal e invoque humildade a todo instante que se lembrar para entrar em um estado de ‘só sei que nada sei’ do sábio Sócrates
- E então permita-se ‘ser a mudança que você quer ver no mundo’, como nos exemplificou Mahatma Gandhi.
Se conectando a esses autodesafios – diariamente, pouco a pouco, em uma progressão natural e sem se cobrar ou se pressionar – você começará a ver a mudança real aparecer e o sentimento de amor fluir cada vez mais até o momento onde você se permitir que ele jorre de si.
Se você se sentiu tocado por esse conteúdo e quiser compreender mais sobre como atingir o amor verdadeiro, você pode conhecer a Mentoria de Alta Performance.
Boa leitura e boas práticas!
Este artigo faz parte de uma série de artigos que exploram os níveis de consciência humanos.
Abaixo a lista dos artigos sobre os níveis de consciência em ordem:
00. Entendendo os níveis de consciência
03. Como se livrar da tristeza?
05. O desejo é a fonte do sofrimento.
07. Por que o orgulho nos prejudica?
08. Coragem é a base para o sucesso.
09. A neutralidade nos ajuda a não sofrer.
10. Disposição pode nos levar a resultados inimagináveis.
11. Aceitação, o caminho do perdão.
12. Apenas 4% das pessoas utilizam a razão.
8 respostas em “O que é Amor Verdadeiro? – com base em Dr. David Hawkins”
[…] estágios em correlação às descrições de Buda, acontecem ainda nos níveis de consciência de Amor e Amor […]
[…] 13. O que é amor verdadeiro? […]
[…] 13. O que é amor verdadeiro? […]
[…] 13. O que é amor verdadeiro? […]
[…] 13. O que é amor verdadeiro? […]
[…] 13. O que é amor verdadeiro? […]
[…] pode ser ruim para quem enxerga a Verdade. Por isso, vale a pena apaixonar-se pela […]
[…] 13. O que é amor verdadeiro? […]