A neutralidade é uma forma de enxergar o mundo de maneira abundante. Se não conquistamos algo hoje, amanhã teremos uma nova oportunidade.
Há uma forma de buscarmos o caminho do não-sofrimento e potencializarmos nossa alegria na jornada de nossas conquistas: é a neutralidade.
Todo ser humano busca a alegria e a felicidade.
Cada um de forma diferente:
- carros,
- propriedades,
- viagens,
- reconhecimento por suas ações,
- formação de uma família, etc.
Porém, por termos ideais e nos apegarmos a eles, passamos a sofrer cada vez que as coisas parecem não ter dado certo para o nosso lado.
Sofremos em todos os momentos onde nossas expectativas são frustradas.
Um caminho para o não-sofrimento, da alegria.
Os problemas mais agravantes quando se tem um sonho é:
- Não correr atrás dele por se entregar aos prazeres de curto prazo e não ter concentração para alcançá-lo ou
- Tornar-se aficionado nele e não enxergar mais nada ao seu redor, podendo sair de sua base moral para alcançá-lo. O famoso erro da frase “o fim justificam os meios”.
Este é um estado comum em nossa sociedade que busca cada vez mais recursos externos para suprir suas necessidades e cobra de todos que façam o mesmo.
Essa pressão social acaba se tornando uma autocobrança constante e inconsciente que nos traz o famoso estresse diário.
Onde precisamos a todos os momentos ficar provando aos outros e a nós mesmos de que somos capazes de mais.
O estado de neutralidade é o primeiro passo para a liberdade dessa escravidão ilusória que temos da sociedade.
Para conquistar e crescer na vida não é necessário sofrer e se sacrificar, mas podemos trocar o nosso esforço demasiado para conquistar as coisas a qualquer custo por um estilo de vida de dar o nosso melhor independente dos resultados.
Dessa forma, automaticamente, teremos satisfação, alívio e alegria constantes, além de conquistas no tempo certo e com equilíbrio.
O que é o estado de neutralidade?
Assim como o estado de coragem é o primeiro nível de consciência positivo, a neutralidade é o primeiro estágio de consciência seguro.
Coragem parte do princípio de uma vida factível, de autoafirmação e empoderamento, sabendo que tudo pode ser possível.
Porém, o estado de coragem ainda não consegue enxergar que as conquistas e resultados não dependem apenas dele e, quando não consegue alcançar, pode entender isso como fracasso e sua consciência cair novamente para estágios de:
- culpa,
- tristeza,
- medo,
- raiva ou qualquer outro negativo.
Já a neutralidade, como complemento à coragem, parte do princípio de que a vida é abundante de oportunidades e que o contexto precisa estar alinhado e pronto para que um resultado aconteça.
Sabe-se que para algo acontecer, dependem de infinitas possibilidades a qual o Ser é apenas uma variável do contexto geral.
A pessoa com características de neutralidade não depende mais de resultados externos para manter sua confiança sempre latente.
Ela entende que é responsável por tudo que acontece em sua vida e faz um bom trabalho para que tudo continue fluindo.
Se o resultado não se manifesta, ela não cai em tristeza ou qualquer estágio negativo, pois ela sabe que haverá outras oportunidades e continua tentando. A atitude é do famoso “caiu, levanta”.
É um estado interno de maturidade. Quando algo vai contra seus quereres, ou seja, uma ausência de resultado, a criança birrenta dentro de si, começa a ser disciplinada e quando surge com raiva ou indignação, automaticamente seu estado adulto controla a situação e observa a realidade que se manifesta daquela forma e entende que negá-la irá trazer sofrimento agudo, pois quando não aceitamos a realidade, caímos em ilusão e falsidade que geram sofrimentos crônicos e agudos.
Para que buscar a neutralidade?
A pessoa em neutralidade atinge um relativo desapego do resultado.
Acabamos confundindo o desapego do resultado com negligência ou um estado de apatia em que nada se faz por não ter motivação, mas esta comparação é errônea.
O estado de neutralidade dá o melhor de si como um estilo de vida para cada meta que tem, mas não se frustra pelas expectativas geradas, porque sabe que deu o seu melhor, mas o contexto não estava propício.
Então ela pode desistir daquele caminho ou observar o que pode ter dado errado e corrigir o percurso para buscar o resultado novamente.
Muitas pessoas que alcançam esse estado de neutralidade vivem nele pelo resto de suas vidas, pois é um estágio de regeneração e cura dos sofrimentos causados pelos níveis negativos de consciência.
Sem tantas oscilações de humor, a pessoa busca uma vida mais pacata, sem tantos autos e baixos e trabalha melhor e mais tranquila os seus sonhos de curto e médio prazo.
A neutralidade precede a disposição.
Para alguns isso pode parecer entediante, mas o mais interessante é que após o estágio de consciência de neutralidade, se encontra o nível de disposição (ao qual falarei no próximo artigo).
Neste nível encontram-se os empresários mais conhecidos em nossa sociedade por seu caráter construtivista.
Porém, para se chegar nesse próximo estágio, é necessário aprender as regras da vida contidas no nível de neutralidade:
- desapego do resultado,
- autoconfiança independente das conquistas,
- equilíbrio interno,
- visão de vida satisfatória e provedora.
Sem esses pré-requisitos, o ser não consegue alcançar um estado de construtivismo para si mesmo e para as pessoas ao seu redor, pois o apego ao resultado irá despertar: cobiça, ganância, arrogância, orgulho e soberba.
Portanto, inicialmente, é necessário fazer uma limpeza interna e se tornar neutro.
Em busca desse nível de consciência
A primeira coisa a ser feita é quebrar o paradigma de enxergar a vida como uma competição dual ilusória de vencedor vs perdedor.
O que não sai da maneira que gostaria não deve ser considerado derrota ou frustração, mas uma oportunidade de aprendizado, limpeza interna e correção de percursos.
Como é comum aos grandes esportistas a frase “o mais difícil não é chegar em primeiro lugar, mas manter o primeiro lugar”, assim também é com a vida.
Acreditamos que alcançar o resultado é o mais importante, mas mantê-lo é ainda mais determinante para o sucesso.
Se não conseguimos conquistar o resultado é porque ainda não estamos prontos para lidar com aquela responsabilidade.
A vida está nos ensinando a amadurecer primeiro para que o tombo não seja maior.
Um exemplo de neutralidade.
Gosto muito de ilustrar esse estado interno de autoconfiança independente de resultado com a história do Walt Disney que precisou falir duas vezes, perder tudo e comer comida do lixo para que a Disney pudesse acontecer do jeito que a conhecemos.
E o mais interessante é que sem essa queda, não haveria o personagem Mickey e muito menos o sucesso da empresa como ela é até hoje.
Para quem quiser entender mais sobre esse caso verídico, pode assistir o filme Walt, antes do Mickey, disponível no Netflix, Google Play e iTunes.
Como alcançar esse nível de consciência?
Para se chegar no estágio de neutralidade é necessário observar e diminuir os excessos de nossa vida, para alcançar o equilíbrio.
O trabalho é de desapego daquilo que superestimulamos e supervalorizamos em nossa vida, principalmente ligados ao que queremos conquistar, para que a harmonia e a maturidade interna possam surgir.
Outra característica importante é largar o apego a posicionamentos falsos como:
- “só vou ser feliz quando alcançar aquele resultado” ou
- “só isso irá me fazer feliz e satisfeito” ou ainda,
- “preciso conquistar isso para provar que sou capaz”
Todas essas formas de pensamento trazem angústia, sofrimento e ainda, quando (e se) alcançarmos o objetivo, continuaremos com o mesmo vazio de sempre.
Isso acontece por atrelarmos nossa felicidade a um fator externo e mesmo que o alcançarmos, este vazio retornará rapidamente, pois só o amor próprio é capaz de suprir nosso vazio e nossas carências.
Buscar o desapego do resultado é se alinhar com a Verdade de que as coisas não dependem só de você e não é preciso se culpar, se pressionar ou ser tirano consigo mesmo quando não alcançadas.
Manter a intenção no alcance do resultado e dar o seu melhor já é uma forma de autorrespeito a autoaceitação, e ambos esses estados estão alinhados com o amor próprio, que é sinônimo de felicidade.
Alcançando a neutralidade.
Desta forma, quando alcançamos a neutralidade, conseguimos perceber como a felicidade está disponível todos os dias durante a nossa jornada, e não só quando alcançamos o nosso destino.
A felicidade está disponível a qualquer momento para todas as pessoas, pois, independe de qualquer fator externo, basta buscarmos nosso sonho, darmos o nosso melhor e desapegarmos do resultado.
Uma metodologia didática e comprovada que nos guia a este caminho é um estilo de vida baseado em autodesafios.
Quando nos desafiamos, no permitimos experimentar o lado oposto de nossos hábitos e vícios para entender como é viver sem aquilo que tanto prezamos por um período determinado de tempo.
Essa prática nos faz diminuir os excessos de apego e supervalorizações que damos ao nosso estilo de vida atual e nos faz expandir nossa consciência e flexibilidade para lidar com as situações inusitadas e adversidades da vida.
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Gratidão e vamos em frente!
Este artigo faz parte de uma série de artigos que exploram os níveis de consciência humanos.
Abaixo a lista dos artigos sobre os níveis de consciência em ordem:
00. Entendendo os níveis de consciência
03. Como se livrar da tristeza?
05. O desejo é a fonte do sofrimento.
07. Por que o orgulho nos prejudica?
08. Coragem é a base para o sucesso.
09. A neutralidade nos ajuda a não sofrer.
10. Disposição pode nos levar a resultados inimagináveis
11. Aceitação, o caminho do perdão.
12. Apenas 4% das pessoas utilizam a razão.
14 respostas em “Como a neutralidade nos ajuda a não sofrer – com base em Dr. David Hawkins”
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[…] Neutralidade: Um Caminho para a Alegria – David Hawkins Brasilsays: 29/09/2020 às […]
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